segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

entrevista: SUBDARK

Os SUBDARK podem muito bem ser um dos grandes "segredos" escondidos do undertuga! Depois do EP "Noir Coating", os portuenses voltaram à carga em 2012 com o álbum de estreia "Infinite Walls"! Enviámos algumas perguntas para os Subdark que nos responderam prontamente e de forma bem elucidativa!


MEB: Como vão os Subdark e as coisas por aí no Porto?

SD: Vão muito bem, acabamos de ter um concerto na Torre de Moncorvo e foi mais uma experiência bastante enriquecedora.
Continuamos a promover o nosso álbum Infinite Walls e à procura de mais concertos.

MEB: Para quem não vos conhece, façam um breve resumo da vossa história, como surgiram, etc.

SD: A banda formou-se em 2005 com o propósito de gravar um álbum de originais. O objectivo seria o de criar algo musicalmente excitante sem que para isso tivéssemos uma ideia concebida de antemão do que nos iríamos tornar. Tomámos o nosso tempo a desenvolver a nossa sonoridade e a enriquecer musicalmente. Foi então que em 2009 gravamos o EP "Noir Coating" como uma primeira abordagem a um registo gravado. Foi incrivelmente bem recebido, e isso deu-nos motivação para prosseguir em frente e gravar o álbum "Infinite Walls" em 2011 no qual a nossa atenção agora se deposita. Definiríamos o nosso som como uma mistura de imensas influências muito díspares que surgem em pequenas doses. No entanto, os momentos centrais das nossas composições recaem sobretudo no death em que jogamos com alguma progressividade com o jogo entre intensidades e velocidades.

MEB: O EP "Noir Coating" recebeu boas críticas na generalidade e foi um bom cartão de visita. Temos ali três músicas com um sabor diferente do habitual por cá. Como correu essa divulgação e, já agora, a vossa opinião acerca do EP?

SD: Foi muito desafiante na altura gravar o "Noir Coating". Já conhecíamos o Paulo Lopes dos estúdios Soundvision, e gravámos o EP com muita seriedade. Escolhemos 3 músicas muito distintas, diante de muitas que tínhamos preparadas, para podermos expor de maneira muito resumida o nosso som. A opinião que temos do EP é a de um esforço colectivo extremamente bom. Felizmente a nível de críticas, tal ideia confirmou-se. Foi sem dúvida um reconhecimento do nosso trabalho que nos deixou muito empolgados e com vontade de seguir em frente. Notamos que o EP deixou alguma curiosidade no ar e que fez com que as pessoas se mantivessem atentas aos nossos movimentos e de certa forma antevissem e procurassem activamente o lançamento do "Infinite Walls".

MEB: O álbum de estreia "Infinite Walls" mostra uma banda madura, fiel a si própria e de espírito independente. Quais as vossas expectativas pessoais quando iniciaram a composição deste registo?

SD: Este álbum marca o cumprimento do primeiro objectivo e obviamente que depositamos as nossas mais altas expectativas neste álbum. É afinal o culminar do nosso já relativamente longo período de existência. Durante a composição dos temas, tal contudo não nos passou pela cabeça. Passamos por um período de grande inspiração e grande parte deste trabalho ficou pronta muito rapidamente. As músicas fluem de forma muito natural e nós simplesmente deixámo-nos levar.
Chega até a parecer que alguns dos temas ganharam vida própria e se compuseram sozinhos. Exemplo disso é a parte do solo da música "Sowing the Lunacy" que dura 4 minutos e foi gravado exactamente da forma que saiu à primeira vez que alguma vez a tocamos. Isso são pequenos detalhes que nos fazem sentir que a musicalidade do trabalho é muito profunda e que terá o potencial de chegar a muitas pessoas, mesmo tendo em conta que o género não é necessariamente "fácil".


MEB: As letras são intrincadas, parecem-me peças de um puzzle em que o ouvinte/leitor terá de se esforçar para descortinar a mensagem. Querem levantar um pouco o véu sobre o conteúdo lírico de alguns temas?

SD: Os temas recaem sobretudo acerca do conceito do álbum. Interpretá-los não será fácil, pois também não existe uma interpretação única dos mesmos. As temáticas centrais recaem nomeadamente sobre o espaço, a sua infinidade, a mente, a sua complexidade e o seu potencial. Quando pensamos por exemplo na infinidade do espaço, podemos falar que nos invade um sentimento de fragilidade, de quase insignificância. Contudo o modo como cada pessoa sente e absorve esse estado de espírito é-lhe pessoal e é dificilmente expressável por palavras. Desse mesmo modo, as letras serão interpretadas pela forma como cada pessoa as sente. As letras deste álbum são fragmentos de algo muito maior. Para descobrir isso cada um terá que ligar esses fragmentos da forma que achar correcta. Mesmo dentro da banda, cada um sente as letras de uma forma muito diferente. As letras de "Infinite Walls" são como que uma pintura abstracta em que cada um irá ver aquilo que quer ver.

MEB: Não sendo um álbum fácil às primeiras audições, como achas que será a reacção das pessoas?

SD: De facto o álbum necessita de uma certa atenção aquando da sua escuta. Trata-se de um trabalho com muitas subtilezas que não fazem sentido a um ouvido mais distraído. No entanto, achamos que essas tais subtilezas, quando compreendidas, dão uma dimensão muito superior à intensidade das músicas. Sabemos que há ouvintes que procuram músicas orelhudas que chamem directamente à atenção. No entanto, esse tipo de música entra-nos na cabeça com a mesma facilidade com a qual irá eventualmente sair. Aqui sabemos que vai ser mais difícil atrair ouvintes mas que os que derem uma merecida oportunidade ao álbum irão tirar uma satisfação maior e mais duradoura e sentirão uma maior intensidade ao longo do álbum.

MEB: Vocês vão dando um passo de cada vez, seguramente e sem pressas, não tendo urgência de reconhecimento rápido e fácil. Acham que essa é a melhor arma de um artista, ou seja, o facto de não criar muitas expectativas com o impacto que a sua obra possa ter sendo totalmente livres no acto da criação?

SD: A melhor arma de um artista é criar música que goste. É isso que fazemos e sentimos que desta forma ninguém nos pode acusar de nada. Adoramos o que tocamos. Tocamos com paixão à música e nisso somos intocáveis!

MEB: Existem bastantes bandas no Porto e arredores, ensaiam muitas bandas no mesmo local onde vocês também ensaiam (Centro Comercial Stop). Como é o ambiente entre-bandas e como co-habitam? Há união em iniciativas, inter-ajuda, etc?

SD: O Stop é um mundo em termos musicais. Há muita cooperação naquele espaço. A irmandade que se vive está por exemplo num concerto no Stop para angariar fundos para uma sala cujo material ardeu durante um incêndio. São situações que nos fazem ver o poder da música na sua capacidade de aproximar as pessoas.

MEB: Como se vêm numa formação a 3? Torna-se mais fácil o processo de composição, comunicação entre elementos ou não é por aí?

SD: Não sabemos ao certo porque não temos experiências de ter bandas com mais elementos. No entanto, todos nós já tivemos outros projectos e não sentíamos a ligação que se sente nesta banda. A comunicação transcende as palavras. Quando improvisamos algo ou compomos algo novo existe uma aura que nos encaminha a todos numa mesma direcção. Sentimos isso uns nos outros. Sabemos perfeitamente o lugar de cada um na banda e daí vem uma coesão que nos caracteriza.



MEB: Últimas palavras e mensagem para o pessoal. Obrigado!

SD: Agradecemos a entrevista, desejando a melhor das sortes para o vosso jornalismo. Gostaríamos de relembrar que o nosso EP está disponível para download gratuito no nosso facebook - www.facebook.com/subdarkpt . Na página também poderão saber como encomendar o álbum "Infinite Walls" e ver também o merchandise disponível para venda. Ao adquirir o nosso trabalho estão-nos a ajudar directamente. Cheers!!

(entrevista elaborada por: Rui Vieira)

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