A primeira viagem deu-se ao som de GARGULA, ávidos de palco e de público, ainda com as duas demos debaixo do braço deixando no ouvido aquele gostinho de quem gostaria de ver um disco
mais recheado a ser editado pela banda! Mas enquanto esse momento não chega no futuro, ficaram os outros momentos do presente aliados a um piscar de olhos ao passado, uma vez que foi assim que os Gargula se mostraran em palco, desfiando alguns dos temas presentes nas demos já lançadas e adicionando algumas das malhas que ajudaram a criar o nome Alkateya! Ajudaram também a fazer com que o pessoal que se juntou em frente ao palco se pudesse exprimir da forma que melhor sabe, juntando o agitado headbanging ao clamar dos refrões e ao consumo de fresca cervejola! Há lá nada melhor! Comparativamente aos Gargula versão registo audio, fiquei a preferir muito mais a versão ao vivo e a cores, em cima do palco, em que a voz de Joao Pinto me soou muito melhor e a forma de tocar e sentir o concerto por parte de Pedro Mendes (baixo), quase que oferece um espectáculo dentro do espectáculo! Só tem a ganhar a banda que desta forma complica muito o trabalho a quem tenha que subir ao palco depois deles!Deve ter sido mais ou menos isso que pensaram os DRAKKAR, mas o quinteto de Almada é um colectivo sólido e seguro e não deixa os seus créditos por mãos alheias! Assim também o sentiu o
público que nunca deixou de apoiar a prestação da banda devolvendo para o palco a sua prórpria energia, desde o início ao fim do seu tempo de concerto! O vocalista, Pedro Arroja (que acumula funções em Fantasy Opus), permanece cotado no meu Dow Jones musical como uma das melhores vozes do heavy metal nacional, uma espécie de Michael Kiske do burgo lusitano, mas que em nada fica a dever a muitas outras vozes internacionais! Em palco, os Drakkar ofereceram a melodia aliada ao peso do heavy mais tradicional, com excelentes apontamentos por parte das guitarras de Miguel Arroja e Nelson Silva, que marcam a técnica presente em temas como “A vingança do dragão”, um dos momentos altos da noite aliado à surpresa que foi para muitos a cover que arriscaram com “Wasted years” (Iron Maiden), que colheu muitos aplausos de todos os presentes!Antes de MINDFEEDER darem início à sua fatia de concerto da noite, confesso que estava um pouco apreensivo. Tinha assistido a boa parte do soundcheck e as previsões para a banda do Barreiro não me pareciam muito favoráveis, com o debitar um pouco confuso que vinha das colunas e com a voz de Léo a soar a um Rob Halford com demasiada cafeína no metabolismo e calças demasiado apertadas nas virilhas! Mas quando subiram ao palco e deram início ao primeiro tema, tudo isso deu lugar a um som mais compacto e perceptível e a uma voz bem colocada e equilibrada! Ainda bem para todos! Ainda bem para mim, que nunca os tinha visto ao vivo e
assim fiquei com um agradável registo mental e para os restantes presentes na sala do Side B, que para além de terem ajudado à festa, também levaram para casa mais uma recordação na forma de um bom concerto de heavy power metal lusitanian style! A melodia habitual transportada em velocidades ora a meio-gás ora com o pedal no fundo, óptima presença em cima do palco e mais surpresas com a oferta da “Hail and kill” (Manowar) para toda a gente gritar em conjunto, fizeram com que a festa continuasse em bom ambiente e à temperatura ideal, ficando também no ar a sensação que podíamos estar ali mais umas horas que o termómetro não iria descer daquele tracinho que diz: “Altamente”!
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